Certo dia chegou à um apequena cidade do
interior uma distinta senhora que se dizia advogada. Logo que ela chegou a
praça principal ela começou a perguntar aqui e ali para ver se alguém conhecia
um tal de Silvio de Almeida.
A mulher perguntou para um homem que
estava ali na praça e ele não soube
dizer quem era a tal pessoa. Ela perguntou para a moça da banca de jornal
e a garota disse que nunca tinha ouvido
falar do tal Silvio.
A mulher não desistiu e perguntou para
o senhor da padaria. Ele também não soube dizer. Ela completou dizendo que o
tal do Silvio talvez tivesse um jipe vermelho.
- Jipe vermelho?
- É! um Jipe vermelho.
- Quem tem um Jipe vermelho é o
pipoca.
- Pipoca? Estranhou a mulher.
- É! O pipoca. Dona! Espera só um
cadinho que eu vou pedir para o meu ajudante dar um pulinho aqui na rua de trás
e chamar o pipoca.
Instantes depois chegou o pipoca.
- Senhor pipoca, o senhor por acaso
conhece o senhor Silvio de Almeida?
- Silvio de Almeida? Uaí! Sou eu sô.
- É o senhor? Ah! Que maravilha! Ufa!
Pensei que eu não ia conseguir localizar o senhor. Que dificuldade viu.
- Também, a senhora estava procurando
pelo nome. Se a senhora continuasse a procurar pelo nome acho que a senhora ia
voltar de mãos abanando. Ainda mais nessa cidade onde todo mundo se conhece
pelos apelidos. Aqui é comum as pessoas nem conhecerem mais os nomes das
pessoas. O pessoal conhece mais é pelo apelido.
Se a senhora dissesse que a senhora
queria encontrar o pipoca a senhora já tinha me encontrado há um tempão.
Obrigada! Como é mesmo o nome do
senhor? Perguntou a advogada ao homem da padaria
É papagaio
- Papagaio! Que estanho.
- É tudo culpa desse povo besta. Eles
é que falam pelos cotovelos e eu que não tenho nada a ver com isso foi quem
levou o apelido.
Edilson Rodrigues Silva
